Thursday, 6 March 2008

Imaginação



O que é a imaginação?
Segundo Lauren Bacall, “A imaginação é a pipa mais alta que se pode erguer”.
Para Muhammad Ali,
“O homem que não tem nenhuma imaginação não tem nenhuma asa.”
Pablo Picasso vai além e diz: “Tudo o que você pode imaginar é real”


Ali, Picasso e Bacall se questionaram...
E também pergunto a mim mesmo
Se a tal imaginação é real
É muito improvável que o irreal realmente exista
Tudo é possível
Nada é impossível

Se quem tem asa tem imaginação
Eu ainda estou aprendendo a voar
Ainda não sai do ninho
Por mais que me arrisque algumas vezes
A tombos memoráveis
Mas não páro, continuo sem cessar

A imaginação sendo um par de asas
É como músculos que precisam ser exercitados
Atrofiam, paralisam-se na inércia
Desenvolvem-se, crescem quando excitados

Já que a imaginação é real
Quanto mais vôo, mais real sou
A mesma realeza da águia que de cima tudo vê
Também a realeza do menino, súdito do vento, que empina a pipa
Vê de baixo, pequenino
Que o horizonte, assim como o céu, é infinito

Então vôo, logo existo
Pois pensar não é sinônimo de imaginar
Pensar com a imaginação
É pensar e logo existir
Bastando imaginar para se eternizar

Quero então que os ventos das idéias continuem a bater
Para que eu possa ter a oportunidade de voar
A direção e sentido que for
Para onde ele quer que eu vá

Só não quero brisa fraca
Tempo fechado
Marasmo e friaca

Quero ser biruta
Que funciona quando o vento sopra
Aponta o sentido correto
Rumo certo para o homem que tem asa

Homem que tem asa
Não tem medo de cama
De doença do corpo
Paralisia, frio ou assombração

Homem que tem asa
Voa sem fronteiras
Não nega um mapa
Mas voa, faça chuva, faça sol
Sem medir ou exigir condição

Inspirado na cena acima e no poema abaixo de Ramón Sampedro exibido no filme Mar Adentro de Alejandro Amenábar.

Mar adentro
Ramón Sampedro

Mar adentro, mar adentro,
y en la ingravidez del fondo
donde se cumplen los sueños,
se juntan dos voluntades
para cumplir un deseo.

Un beso enciende la vida
con un relámpago y un trueno,
y en una metamorfosis
mi cuerpo no es ya mi cuerpo;
es como penetrar al centro del universo:

El abrazo más pueril,
y el más puro de los besos,
hasta vernos reducidos
en un único deseo:

Tu mirada y mi mirada
como un eco repitiendo, sin palabras:
más adentro, más adentro,
hasta el más allá del todo
por la sangre y por los huesos.

Pero me despierto siempre
y siempre quiero estar muerto
para seguir con mi boca
enredada en tus cabellos.

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