Saturday, 20 September 2008
Incógnita
Paris, 12 de setembro de 2008. Incógnita cortando o céu.
À beira do rio
Caminho despretensiosamente
Segundo de Rachmaninov a escutar
Segundo movimento, para variar
Mil pensamentos cruzam a cabeça
Idéias novas e indistintas entrecruzam
Vôos frenéticos, de lá para cá
Provocam brisa fresca
Então sou parado por um pensamento em vermelho
Olho então para o rio que corre em verde
Ao fundo, leve amarelo da famosa igreja me chama a atenção
Em azul o céu me dá um xis de presente
Incógnita cruz cravada no céu límpido
Como que a me alertar
Para que tantos pensamentos?
Para que, a mente, crucificar?
Quando se pensa muito se complica a equação
O xis deixa de ser a única incógnita
Não há aritmética de última geração
Que encontre fácil solução
Então olhei para a outra margem de mim mesmo
Onde o pensamento não tem mandamento
Deixei então a emoção aflorar
E Voilà!
Encontrei a solução
O sentimento não tem a mesma lógica do pensamento
O pensamento às vezes complica e nos crucifica
O sentimento, diferentemente,
É fluido, espontâneo e misterioso
Em sua irracionalidade
Soluciona
Tranqüiliza-nos
Pacifica
E unicamente, como estaca ou cruz
Para sempre, sagradamente
Em nosso espírito se finca
Guilherme Ferreira
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