Wednesday, 28 May 2008

Sublime 2


Recordo-me das proezas de infância, a resenha precisa do descompromisso. Às vestes suturadas de agonia, do banho mal tomado, dos eventos rasteiros de choro e do bem ser do riso.

Rateio das formosas broas, dos símios queijos, das arestas dos bolos, do leite gordo, tal assim a vida arrasta as boas lenhas.

Convenço minhas imagens de campo astrais de forma artística, com o sombreamento da luz impune, dos versos ladinosos das nuvens, fílmico assim é minha astuta lembrança do campo, dos seus rizomas empenhados, das trepadeiras musculosas, dos pastos manhosos, do agito musical das folhas.

Assim súbito vêm à proeza lerda dos arremessos cânticos da língua, nosso ditado particular, o escanteio vocálico, o desbunde ortográfico, o jeito saboroso de gingar com as letras, assim minha maestria faz salutar o canto simples dos capitães do mato.

O arregaço das mangas no chão, a fobia dos cantos matinais, os pássaros arrematados, o galo cuspidor, de tudo isso, assim, atento meu senso, e debato as juras cidadãs. Assim tornado rancho, canso de tanto castigar, de peso sedento de capital e do piso longo até chegar meu canto manso e todo celestial.

Campo sestroso, nem falar de flores tive, e majestoso corso vêm cambalear de saudade minha infância metida de garoto, preso as sintonias fraternas do gesto, do obrigado, por favor, disponha e sem crise.

O sublinhado da tarde ressaquiada pela aventura do Sol, das baias poeirentas, das crinas arregaçadas, do suor dos animais, do louro da terra, do ventre do abraço familiar, dos amigos dispostos, dos risos inacabáveis vem todos a pestanejar, a devoção do são subliminar.

Tanto quero dispor levado, que meu ditado chorado mata ovão que a saudade do campo sublime planta, sem colheita, mas que no meu peito estão.

É este meu canto sublime, da jura cativante que um dia passo de novo habitar com mais tempo e lerdo empenho morar.

Thiago Turbay Freiria

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