Friday, 30 May 2008

Vento



Onipresença

Qualidade do vento

Que sem fixo aposento

Move em todas as direções

Ocupando todo o espaço

Sem pressa

Lento

 

Joãozinho o que é vento?

"O ar em movimento!"

Portanto

Para o vento

Agora é o momento

Se pára, não é mais o mesmo

Morre

Pois ar parado

É vento confinado

Sem vida 

Evento sem atração

 

Se por ventura perguntares ao vento:

Que tempo é agora?

Ele sem hesitação, responderá:

"Tempo de voar"

Movimentar-se

Navegar sem parar e

Incessantemente, soprar!

 

O vento simplesmente é

Agora é o seu nascimento

Espontaneamente, nasce a todo o momento presente

Não tem passado

E também o futuro pouco importa

Afinal nasce e sempre sopra no aqui e no agora

O presente é o presente divino para o vento

É o seu instantâneo sopro de vida

Constante renascimento

 

Por isso não lamento

Se o passado pesa no dorso

Ou se, para o futuro, não tenho previsão

O vento é o meu alento

Grandiosa lição da natureza

Ensina-me a leveza da brisa do agora

Sem excessiva preocupação

Como aquelas tempestades rajadas na cabeça

Que me impedem de ser vento nesta hora

 

Vento fresco

Quando calor

Sopro que nos refrigera a alma

Quando frio

Sopro que faz correr o rio

Até a sua nascente

Ou ao mar, seu destino final

 

O vento é Deus na mitologia

Eu dou toda a razão!

Onisciente, pois sabe tudo

Onipresente, pois está em todo lugar

Onipotente, pois se movimenta

Nem menos o maior obstáculo o pode parar

 

Quero então aprender mais com o vento

 

Alento, atento sempre presente alimento

Acalento sem acanhamento

Autêntico sem nada idêntico

Acento na palavra escrita errada

Advento sem adiamento

 

Argumento bento

Livramento em dia cinzento

Ensolarado coroamento

De idéias em experimento

 

Vento, vento

Usa-me como cata-vento

E me sopre

Para além de qualquer idéia de um passado lamuriento

Ou futuro milagrento

Empurre-me

Para voar para além do pára-peito

E como a Ti

Hoje, agora

Voar sem parar


Guilherme Ferreira

4 comments:

  1. Show GUI!!!
    Lindo poema, linda reflexao...
    Esse é o meu primo...
    gagagaga!
    Bjo no coraçao,

    Flavio.

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  2. Fala Primo!
    Obrigado pelo comentário! Vindo de você fico mais lisonjeado! Apareça mais! Beijo no coração!
    Gui

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  3. e tem tb aquele outro vento, o aracati, nomade pelo nordeste, que me serviu de metáfora e inspiração. como seu poema. e o blog todo aliás!
    parabéns!
    grande abraço,
    antonio

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  4. Olá Antonio,
    pois é, o aracati sempre me serviu de inspiração a partir do momento que o descobri por meio dos Amigos da Aracati...Ele soprou tão forte que vim parar deste outro lado do mundo para tentar soprá-lo um pouquinho por aqui. Mas os ventos dão voltas... Estou acompanhando o seu blog...vou deixar um comentário por lá...
    Obrigado!
    Grande abraço
    Guilherme

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