(Trecho do filme "AMADEUS")
Momento singular
Quisera eterno
Não somente por um dia
Ou minuto
Que não faz diminuto o sentimento
Do que é epifania
Por enquanto vou contando nos dedos
As exceções que deveriam ser regra
Pois vida sem epifania
É vivida na incompletude
Desnecessária agonia
Que nos distancia da virtude
Quietude de um dia
Raro e por enquanto amiúde
Há saída todavia
Epifania não se manifesta em alma miúda
A alma há de ser generosa
Entregar-se de braços abertos
Como a rosa que se abre ao orvalho
Corajosa e despretensiosa
A entrada diferentemente
Não é pelas janelas miúdas da razão
Pois a mente é trancada a sete chaves
Por chaves que só o coração pode abrir
Chaves forjadas pelo sentimento
Que abrem qualquer porta
Porteira, portal ou portão
Trancafiados a cadeado
Por excessivos pensamentos
A postos como sentinelas de plantão
O segredo já foi revelado por muitos chaveiros
Por meio de palavras faladas, escritas, pintadas ou cantadas
Molde que porta todo divino enviado
Conhecedor da divina linguagem
Que nem o melhor e mais inteligente enxadrista tem
Só o homem que busca a epifania
Homem com alma
Alma generosa
Alma de artista
Guilherme Ferreira
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