Saturday, 13 June 2009

Perfume



Passou
Um rastro
Deixando uma lembrança
Em um porto
Sem seu consentimento
Ancorou-o

Imaterial como brisa
Passagem sem evidências
Crime sem dolo
Escândalo sem jornal

Memória
É o que resta
Improvável
É o seu retorno

Leve e vagamente
Toma conta este olor inusitado
Que de fato
É doce e inebriante
Mas de certa forma adicto olfato
Não é indolor

Até quando em novo rastro
Arrisca nova passagem
Desatraca neste porto
E liberta o prisioneiro

Ele então não titubeia
Perdoa a sua algoz
Em troca de uma nova pena
Que pode ser perpétua
Ata-se a este doce domínio
Uma mulher
E sua fragrância

Guilherme Ferreira

No comments:

Post a Comment