Saturday, 2 May 2009

Cegueira




Estes olhos que a terra há de comer
São os mesmos que me permitem enxergar
O que quero e não posso ver
O que não vejo e me faz alienar

Assim podemos viver a nossa cegueira diária
Viver sem crer
Crer sem viver
Ver sem crer
Crer sem ver

Um caminhar sem visão
Faz-nos tropeçar
Tombos feridos
Dor que certamente não remedia em vão

Então de tanto tombar
Hei de acordar
Os meus olhos se abrirão
Um novo mundo ante a mim renascerá
Mais uma oportunidade de aprender
O sensível, belo e extasiante
Exercício do olhar

Guilherme Ferreira

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