The walk to Paradise Garden, USA, 1946 - W. Eugene Smith
Em uma vida de abundância
Opção não é escassa
Vive-se na alternância
Entre uma ou outra bifurcação
Pisando em brasa-viva
Os pés salpicam de brasa em brasa
E novamente em encruzilhada
Transeunte nos pergunta como intimativa:
- Será que esquivamos da verdadeira vida?
- Ou será a vida que de nós mesmos se esquiva?
O Alter-Ego até então indiferente
Alterado, salta a frente de qualquer interferência
E responde em ofensiva:
- Nego e obscuro Ego, te nego em branco-e-nego,
poupe mais a sua saliva de falante patativa
Nego Ego, invigilante abridor de portas largas, foge
E, em campanha evasiva, investe sua última afirmativa:
- São tantas as possibilidades, especialmente as coloridas,
e de preferência aquelas viagens contemplativas e imaginativas
Pobre Nego Ego
Vivendo a vida cor-de-rosa
Dependente e cromo-adicto
Desta vida multi-colorida
Queimou o chão como água-viva
E ignorante de sua ilusão
No chão espatifou-se como uma ogiva
O pavimento incolor pintou-se como tela impressionista
Alter-Ego, tomando as rédeas da situação,
Não gritou em comemoração
Mas com voz de comando:
- Viva!
Com nova perspectiva
Ressuscitou-se uma nova estória
Uma narrativa na primeira pessoa
Não aquele Eu encarcerado pela terceira pessoa do Nego
Mas um alforriado, alterado, "altegorizado" Eu
Assim é viver
Não tomando a iniciativa
Escravizamos-nos pelo Nego
E encarcerados
A roda-vida passa
Atropelando e nos colocando a deriva
Todavia basta uma reles tentativa
A cooperativa
A inventiva
A compreensiva
Exclusiva
Derradeira
Alternativa
Guilherme Ferreira
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